Saí com lágrimas nos olhos.
Hoje visitei o Complexo da Papuda, por conta da matéria publicada na Folha de S. Paulo sobre a negativa de prisão domicilIar a um detento tetraplégico. Além de viver na mesma condição, sou palestrante de presídios. Fiquei mal...
Primeiro fui ao Centro de Detenção Provisória, por onde ele passou e os presos aguardam seu julgamento. Lá conheci a enfermaria e a cela adaptada para cadeirantes. Na medida do possível, estava Ok. Conversei com os internos cadeirantes que relataram, no entanto, falta de médicos.
Ja na visita à Penitenciária do Distrito Federal I, encontrei um estoque de gente em condições sub-humanas. Tive oportunidade de falar com o detento tetraplégico, que me disse que ao chegar na unidade teve de dormir no chão por cerca de 15 dias. Suas escaras (feridas) se agravaram a ponto de ter que ficar 24 dias em tratamento hospitalar. As úlceras não melhoram e para sarar é preciso uma cirurgia de enxerto de pele. Os curativos que necessita não são fornecidos pela penitenciária e sim trazidos por sua mãe. O mesmo ocorreu com seu colchão.
Algo que eu desconhecia foi por ele relatado: que quando um beneficiário do BPC é preso, cessa automaticamente o recebimento do benefício. Contudo, seus gastos permanecem.
Entre os problemas relatados pelo detento tetraplégico e demais cadeirantes estão a superlotação de cela, a alimentação, a ausência de colchões adequados, a falta de
medicamentos (retemic, para bexiga, baclofen, para espasmos, e floxacina, para infecções), e novamente falta de médicos. E os ratos?!?!? Imaginem um tetraplégico dormindo no chão com ratos passando.
Metade da cela destinada a acomodar os cadeirantes é ocupada por detentos sem deficiência, classificados para remissão de pena (troca de trabalho por redução de pena) que auxiliam nos cuidados de seus colegas.
E ainda, pra finalizar, os outros detentos disputam forte e até ameaçam por pedaços de cadeiras de rodas pois podem virar armas.
Agora estou buscando Ministerio Público, Governo do Distrito Federal e a Câmara Federal para mudanças. Aguardo orientações da minha amiga Alexandra Szafir. Queremos mudanças em todos os presídios do Brasil. É uma questão de direitos humanos.
Descrição da imagem pra cego ver: foto do meu rosto triste de perfil
com o Presídio da Papuda ao fundo.
Hoje visitei o Complexo da Papuda, por conta da matéria publicada na Folha de S. Paulo sobre a negativa de prisão domicilIar a um detento tetraplégico. Além de viver na mesma condição, sou palestrante de presídios. Fiquei mal...
Primeiro fui ao Centro de Detenção Provisória, por onde ele passou e os presos aguardam seu julgamento. Lá conheci a enfermaria e a cela adaptada para cadeirantes. Na medida do possível, estava Ok. Conversei com os internos cadeirantes que relataram, no entanto, falta de médicos.
Ja na visita à Penitenciária do Distrito Federal I, encontrei um estoque de gente em condições sub-humanas. Tive oportunidade de falar com o detento tetraplégico, que me disse que ao chegar na unidade teve de dormir no chão por cerca de 15 dias. Suas escaras (feridas) se agravaram a ponto de ter que ficar 24 dias em tratamento hospitalar. As úlceras não melhoram e para sarar é preciso uma cirurgia de enxerto de pele. Os curativos que necessita não são fornecidos pela penitenciária e sim trazidos por sua mãe. O mesmo ocorreu com seu colchão.
Algo que eu desconhecia foi por ele relatado: que quando um beneficiário do BPC é preso, cessa automaticamente o recebimento do benefício. Contudo, seus gastos permanecem.
Entre os problemas relatados pelo detento tetraplégico e demais cadeirantes estão a superlotação de cela, a alimentação, a ausência de colchões adequados, a falta de
medicamentos (retemic, para bexiga, baclofen, para espasmos, e floxacina, para infecções), e novamente falta de médicos. E os ratos?!?!? Imaginem um tetraplégico dormindo no chão com ratos passando.
Metade da cela destinada a acomodar os cadeirantes é ocupada por detentos sem deficiência, classificados para remissão de pena (troca de trabalho por redução de pena) que auxiliam nos cuidados de seus colegas.
E ainda, pra finalizar, os outros detentos disputam forte e até ameaçam por pedaços de cadeiras de rodas pois podem virar armas.
Agora estou buscando Ministerio Público, Governo do Distrito Federal e a Câmara Federal para mudanças. Aguardo orientações da minha amiga Alexandra Szafir. Queremos mudanças em todos os presídios do Brasil. É uma questão de direitos humanos.
Descrição da imagem pra cego ver: foto do meu rosto triste de perfil
com o Presídio da Papuda ao fundo.
Por:
Mara Gabrilli
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